domingo, 29 de junho de 2014

O mundanismo nosso de cada dia



            Bem, dentre o tanto de besteira que é ensinado nas igrejas hoje em dia, está a definição errada do termo “mundanismo”. É uma das coisas que me impressiona assombrosamente o quanto que a ideia bíblica sobre este assunto foi distorcida e minimizada a usos e costumes. É uma regressão teológica sem limites! (Sim, haverá limite.) Se dermos uma caminhada nos discursos de Jesus no Sermão do Monte (Evangelho Segundo Mateus, caps. 5 a 7) dirigidos contra o ensino dos líderes religiosos judeus, veremos o quanto isso era tratado de forma minimalista na religiosidade judaica. O simples cumprimento da Lei havia se tornado inútil ao resumir o relacionamento do povo de Deus com seu Criador a “faça isso” ou “não faça isso”.
            Cristo veio revelar o coração de Deus aos judeus e aos gentios, mostrando Sua verdadeira face, esta ofuscada através da história pelas vozes de líderes aproveitadores – a gloriosa face do AMOR. Ele veio mostrar que Deus está atento aos nossos corações, sondando-os e procurando por aqueles que o adoram em “espírito” e em “verdade”, não em “atuação” e “fingimento”.
            A cortina se abriu e a loucura do Evangelho foi revelada: o Deus Criador abriu mão do exercício pleno da divindade, se fazendo homem, capaz de sofrer (e não hesitou em fazê-lo), se dando sem reservas, derramando Seu sangue para salvar e redimir a humanidade culpada – POR AMOR. Cristo, o Único Filho (unigênito), feito o Primeiro Filho (primogênito) de muitos que haveriam de vir para fazer a vontade do Pai, estabelecendo Seu Reino, desfazendo ao reino satânico deste mundo.
            O preço pago por Jesus para estabelecer este Reino foi o mais alto possível, ao ponto de leva-lo aos flagelos e à morte. É trágico não ver a mesma disposição no coração daqueles que se dizem Seus seguidores.
            Transformaram o cristianismo em facilidade e bonança. Abusando da Palavra de Deus, criaram para si um deus para fingirem que o adoram e o servirem com seus rituais e manias.
            Ouve-se um discurso acerca do “Reino de Deus”, mas quê deus? Estou certo de que um reino firmado em qualquer coisa que não seja o Amor, não é o Reino do Deus revelado em Jesus Cristo, mas um reino construído por homens, cujo trono será esquentado pela bunda do Diabo.

“...busquem com dedicação os melhores dons. Passo agora a mostrar-lhes um caminho ainda mais excelente. Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como o sino que ressoa ou como o prato que retine. Ainda que eu tenha o dom de profecia e saiba todos os mistérios e todo o conhecimento, e tenha uma fé capaz de mover montanhas, mas não tiver amor, nada serei. Ainda que eu dê aos pobres tudo o que possuo e entregue o meu corpo para ser queimado, mas não tiver amor, nada disso me valerá.”

(1ª Carta de Paulo aos Coríntios, final do cap. 12 e começo do cap. 13)

            Cristo resumiu a Lei em amar a Deus sobre todas as coisas e amar ao próximo como a si mesmo. Estamos longe disso! Mundanos! Indignos! Estamos longe do exemplo de amor que Ele mostrou: deixar de ser/ter/viver para que o outro seja/tenha/viva.
            Ao fazermos isso, fazemos a Ele. Temos, portanto, nos “emprestado” a quem se “deu” gratuitamente.